Google+ Samoieda Misty: Filhotes - A hora certa de tirar da ninhada e levar para casa

Filhotes - A hora certa de tirar da ninhada e levar para casa

Viemos trazer uma informação muito importante para quem quer adquirir um filhote! Vamos explicar como é expressamente necessário respeitar os dias além do desmame e porquê isso é realmente indispensável para o seu pet! Mas, além disso, vamos trazer também alguns pontos de vista sobre o que fazer caso você esteja lendo este artigo um pouco "tarde demais"!

Não podemos esquecer que a troca de lar é sempre uma grande mudança para o filhote e pode ocasionar vários traumas, algumas vezes irreversíveis, para o pequeno peludinho. É certo também que sempre ficamos ansiosos para ter logo o novo membro da família em nossos braços para enchê-lo de mimos! Porém, precisamos conhecer um dos assuntos que anda sendo muito discutido sobre comportamento animal! 

Para entender melhor porquê devemos segurar essa ansiedade, temos que falar sobre uma fase da vida canina que se chama "Imprinting" (que se inicia no "período de transição", também conhecido por período crítico, e acaba no "período sensível" ou de socialização). Todos os animais passam por essa fase e seu tempo varia de acordo com cada espécie. Mas, o que essa fase representa? O "Imprinting" é o desenvolvimento do cãozinho em sua matilha, ou seja, é quando se aprende aspectos psicológicos e sociais da espécie, e em média vai da 3ª até a 12ª semana de vida dos filhotes de cachorro doméstico.

Konrad Lorenz (foto de NobelPrize.org)
O  austríaco Konrad Lorenz investigou pela primeira vez esse processo. Konrad é um dos pais da etologia moderna e, em 1973, ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia / Medicina graças a seus estudos sobre comportamento animal. Dentre suas pesquisas, o austríaco descobriu que é na fase de "Imprinting" que o cão desenvolve sua habilidade de comunicação com outros cães da própria matilha, ou seja, é quando adquirem o comportamento e o temperamento da sua espécie. Além disso, este é o período responsável pelo aprendizado sobre a hierarquia social e como se posicionar nela. Tudo que é assimilado nesta fase é muito difícil de ser revertido, por isso é um período considerado crítico e deve ser respeitado.

Entenda melhor: Respeito à hierarquia


Vamos entender melhor o desenvolvimento da vida social dos filhotes: durante seus primeiros dias, eles costumam fazer tudo o que querem porque a mãe (e os outros cães adultos) permitem que os filhotes descubram suas próprias características e o mundo ao redor. Mas, conforme vão crescendo, a matilha (composta pelos pais e os cães mais velhos, se houver) começa a não tolerar mais comportamentos indesejáveis, ou seja, passam a repreender caso o filhote morda com força, perturbe o sono de outro, desafie o líder, comece a latir sem motivo, faça alguma pirraça, roube comida... Em síntese, os filhotes são corrigidos e educados para a vida canina durante o período de "Imprinting", que vai do primeiro ao quarto mês de vida.

Na prática: em muitos casos, quando o filhote é retirado da matilha muito cedo, ele se torna um cão adulto que enfrenta a hierarquia da sua  nova matilha (família) humana, não respeitando comandos e sendo mais difícil para o dono adestrá-lo. Além disso, podem ser notados alguns comportamentos que se assemelham às pirraças e ao comportamento egoísta, muitas vezes demonstrados quando o cachorro late sem parar e quando rosna para alguém que se aproxima de seu brinquedo ou comida. Em alguns casos o filhote fica assustado, demonstra medo e chora durante à noite.

Entenda melhor: Cão sociável


Durante o "Imprinting" existe mais um fenômeno adquirido que é de extrema importância para o convívio do filhote com sua nova família. Enquanto ele passa esse período com sua matilha canina, ele acaba aprendendo a como se comportar com outros cães, sendo mais sociável! Isso é importante para futuros acasalamentos e para que seu cão se comporte em um simples passeio num parque, não latindo para outros cães, e até dentro de casa, quando alguma criança brinca com ele.

Além disso, ficando mais tempo com sua mãe e seu pai, os filhotes aprendem a demonstrar suas emoções para outros cães, como vontade de brincar, insegurança, medo, e passam a tratar com naturalidade o comportamento social natural dos cães, como cheirar um ao outro. Sem esse convívio, a chance de estranhar a companhia de outros cães é muito grande, tornando-se então um filhote anti-social. A tendência desse cãozinho é ficar impossível de se socializar com as pessoas da casa quando for maior, não obedecendo e, em alguns casos, tendo atitudes agressivas com outros animais e humanos.

Mas e agora? O que fazer com o meu filhote?


Se você se desesperou ao ler esse artigo e está pensando "ah! Se eu tivesse lido antes..." ou "não acredito que acabei de pegar um filhotinho no período errado", não se preocupe!

Quando procuramos informações acerca deste assunto, verificamos que nenhum lugar aconselhava o que deveria ser feito, ou se há possibilidade de correção, caso a pessoa tenha adquirido um filhote antes do término do "Imprinting".

Por isso conversamos com alguns veterinários e criadores para aprofundar mais ainda os detalhes deste período tão importante na vida dos nossos amiguinhos de quatro patas! Além deles terem confirmado as informações que passamos no artigo, eles deram algumas dicas para os proprietários que não tiveram a oportunidade de tomar conhecimento desta importante fase e acabaram pegando seu pet "antes da hora".

Antes de passar as dicas, é necessário dizer que essas são medidas remediadoras, ou seja, o aconselhável é não retirar o filhote da ninhada antes do tempo certo! Só para lembrar, não é apenas a fase de "Imprinting" que determina se o filhote se tornará anti-social ou agressivo. Outros fatores também devem ser levados em conta! Mas as chances do mau comportamento aparecer são ampliadas significamente quando não se respeita o convívio do filhote com sua matilha canina antes de inseri-lo na nova família humana. Não esqueça de consultar seu(sua) veterinário(a) de confiança para que ele(a) possa analisar o seu caso em particular!

Primeira dica: um dos problemas de sociabilidade podem ser evitados com a inclusão de outro cachorro! Mas, fique atento! Filhotes NÃO podem ter contato com cães de rua nem lugares públicos, pois podem pegar muitas doenças, já que as vacinas só são completadas no terceiro, quarto mês de vida. Entretanto, caso você tenha outro cachorro, ou algum amigo ou parente tenha um, você pode incluir a convivência dele com o seu filhote, permitindo uma certa sociabilidade. Em alguns casos, essa tática funciona bem, mas em outros ela não é 100% eficaz porque depende também do temperamento do cachorro que será incluído na socialização. Por isso é recomendável conversar com seu veterinário de confiança, aquele que conhece seus pets, para que ele possa aconselhar de forma mais precisa o seu caso. O cão "modelo" a ser incluído não pode ser agressivo e deve ter um temperamento calmo, dócil, sociável e paciente! Outro fator importante é que o cão que entrará em contato com o filhote deve passar por exames médicos antes do contato para garantir que ele não represente perigo à saúde do pequeno peludinho, pois assim será avaliado se ele tem alguma doença (às vezes desconhecida pelo proprietário) que possa prejudicar o novo membro da família. Por último, mas não menos importante, o cão substituto da matilha original não poderá frequentar lugares públicos nem entrar em contato com outros cães para se evitar o contágio de alguma doença transmissível ao filhote! Nada de banho e tosa fora de casa nem de passeios pelos parques! Para compensar, procure exercitar e brincar bastante com ambos cães, estimulando a atividade física e a sociabilidade entre eles!

Segunda dica: procure não deixar o filhote sozinho em casa, sem contato com ninguém até você voltar do trabalho, por exemplo. Esse isolamento do convívio com outros seres pode acarretar num comportamento agressivo, rebelde, desrespeitoso e anti-social. Esta pode ser uma tarefa difícil, mas deve ser praticada ao máximo! Brinque com seu filhote e dê-lhe muita atenção!

Terceira dica: não dê liberdade demais só porque seu cãozinho é novo, fofo e bonitinho. Ele vai precisar de um pulso ainda mais firme para ser educado! Ou seja, você terá que trabalhar por dois: a família humana e a matilha canina! Repreenda e corrija comportamentos que você considerar incorretos! Mas, lembre-se, nunca bata no seu pet! Posicione-se com imposição e diga NÃO energicamente! Além disso, recompense as atitudes corretas! Esta é a melhor maneira de educar seu "cãopanheiro"!

Fiquem ligados no blog para mais informações sobre filhotes e dicas de adestramento!

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